Abram, Abraão, ou o pai Oram era um rei de Ur, cidade da Caldéia, próxima de Babilônia. Os assírios o representavam, segundo a tradição, sentado em um trono, fisionomia benevolente (2). Esse personagem, bastante velho, que passou pela história mitológica de todos os povos, pois que Ovídio o cita (3), é aquele mesmo que a Bíblia nos apresenta como emigrando do país de Ur para o país de Canaã, à voz do Eterno: “O Eterno lhe apareceu e lhe disse: Eu sou o Deus forte, todo-poderoso. Marcha diante de minha face e em integridade... Estabelecerei minha aliança entre mim e ti e entre a posteridade para ser uma aliança eterna, a fim de que eu seja teu Deus e o Deus da tua posteridade depois de ti” (Gen. XVI, 17, XVII,7). Esta passagem, traduzida em linguagem de nossos dias, significa que um chefe semita de nome Abraão, muito velho, que provavelmente recebera a iniciação caldaica, sentiu-se impelido pela voz interior a conduzir sua tribo na direção do Oeste e lhe impôs o culto de Eloim. O nome